Questões Crise do Sistema Colonial

1- “O comportamento nacionalista nasce (...) como uma realidade muito concreta (...). Esse comportamento, que no caso brasileiro figura como anticolonialista, foi comandado pelas inquietações dos proprietários (...). Neste fim de século, em Minas (Inconfidência Mineira -1789), na Bahia (Inconfidência Baiana - 1798), no Rio (Inconfidência Carioca -1794) ou em Pernambuco (Inconfidência Pernambucana - 1801), são os proprietários que informam, com suas visões de mundo, os caminhos a serem trilhados.
             (...) O conceito de independência surge mais límpido em Minas: a situação colonial pesa para esses homens proprietários (de lavras, de terras de lavoura, de gado e de escravos).
Já na Bahia, a inquietação é orientada por pequenos artesãos, ex-proprietários de lavoura de cana, militares de baixo escalão. A revolução é intentada contra a riqueza. O problema é mais social que colonial. (...) Por esse motivo é que se verifica em Salvador maior freqüência de conceitos como o de riqueza, miséria, opulência que o de independência”.
MOTA, Carlos Guilherme. Atitudes de Inovação no Brasil 1789-1801. Lisboa: Livros Horizontes, [s.d.]. p.110-24. (Adaptação)

A partir das informações contidas no texto, é CORRETO afirmar.
A) A dominação holandesa no Nordeste fortaleceu o sentimento anticolonialista, o que possibilitaria o surgimento de um novo tipo de colônia, influenciado pelo liberalismo.
B) A defesa da independência surgiu durante a Conjuração Baiana, quando as elites da Bahia, insatisfeitas com a crise econômica, passaram a defender o fim da escravidão.
C) As Conjurações Mineira e Baiana foram movimentos que defendiam o revigoramento do sistema colonial como forma de resolver a crise econômica que abatia sobre a colônia.
D) Os movimentos emancipacionista, ou Conjurações, foram influenciados pelo fortalecimento do sentimento nacionalista e a insatisfação da população com a exploração metropolitana.

2- 
AINDA QUE TARDE,

Ouve-se em redor da mesa.
E a bandeira já está viva,
e sobe, na noite imensa.
E os seus tristes inventores
já são réus -pois se atreveram' .
a falar em liberdade
(que ninguém sabe o que seja).
(...)

(Liberdade -essa palavra
que o sonho humano alimenta:
que não há ninguém que explique,
e ninguém que não entenda!)

MEIRELES, Cecília. Romanceiro da Inconfidência

O trecho acima refere-se à Conjuração Mineira. Sobre ela é correto afirmar, EXCETO
A) o movimento foi influenciado pelas idéias iluministas.
B) o movimento propunha acabar com a escravidão no Brasil.
C) os planos dos inconfidentes foram delatados e desta forma o movimento foi abafado.
D) os inconfidentes propunham a independência de Minas e não da colônia como um todo.
E) o movimento foi reprimido violentamente e a pena exemplar foi imposta a Tiradentes sendo este executado.

3-   
Aviso ao povo Bahiense

Ó vós, Homens cidadãos; ó vós, Povos curvados, e abandonados pelo Rei, pelos seus despotismos, pelos seus Ministros.
Ó vós, Povo, que nascesteis para sereis livre e para gozares dos bons efeitos da Liberdade, ó vós Povos que viveis flagelado com o pleno poder do indigno coroado, esse mesmo rei que vós criastes; esse mesmo rei tirano é quem se firma no trono para vos veixar; para vos roubar e para vos maltratar.
Homens, o tempo é chegado para a vossa ressurreição, sim para ressuscitareis do abismo da escravidão, para levantareis a sagrada Bandeira da Liberdade.

A Conjuração Baiana foi um movimento separatista ocorrido na Bahia em 1798. Sobre este movimento pode-se AFIRMAR

A) O movimento foi influenciado pelos ideais de liberdade defendidos pelas Revoluções Puritana e Gloriosa ocorridas na Inglaterra.
B) Os revoltosos defendiam a transformação da colônia brasileira em uma República autônoma, governada por integrantes da elite agrária açucareira.
C) A Conjuração Baiana influenciou outros movimentos revolucionários como a Guerras dos Emboabas e a Guerra dos Mascates.
D) O movimento não deu resultado pelo fato das lideranças não terem chegado ao consenso sobre a questão da escravidão.
E) O movimento foi influenciado pelas idéias da loja maçônica Cavaleiros da Luz, que defendiam a república, a liberdade e a igualdade entre os homens.

4- A crise do sistema colonial foi marcada no Brasil por contestações diversas que comprovam as aspirações de liberdade do nosso povo. Entre as revoltas podemos destacar as Conjurações Mineira e Baiana que tiveram em comum:
1- O fundamento ideológico apoiado nos princípios do Iluminismo e de Revolução Francesa.
2- A proposta de extinção dos privilégios de classe ou cor, abolindo a escravidão.
3- A inquietação e revolta pela eminente cobrança de impostos em atraso.
4- A discriminação social evidenciada na aplicação da justiça.
5- A numerosa participação popular caracterizada pela presença de negros e mulatos.
Assinale a opção correta.
A)  1 e 3
B)  2 e 4
C)  3 e 5
D)  1 e 4
E)  2 e 5 

5- “D. João sabia que ele e Portugal estavam numa enorme encrenca. Ou cedia a Napoleão e aderia ao Bloqueio Continental, ou aceitava a oferta dos aliados ingleses, que garantiam proteger o rei na viagem para o Brasil, levando junto a família real, a maior parte da nobreza, seus tesouros e todo aparato do Estado.
Aparentemente, era uma oferta generosa. Na prática, tratava-se de uma chantagem. Se o príncipe regente ficasse do lado de Napoleão, os ingleses não só bombardeariam Lisboa e sequestrariam a frota portuguesa, como muito provavelmente tomariam suas colônias ultramarinas, das quais o país dependia para sobreviver”.
                                                                                                        GOMES, Laurentino. 1808. São Paulo, Ed. Planeta do Brasil, 2008

O Bloqueio Continental decretado por Napoleão tinha por OBJETIVO

A) enfraquecer a Inglaterra economicamente para depois vencê-la militarmente.
B) fortalecer o comércio externo francês colocando fim ao mercantilismo.
C) enfraquecer o comércio externo português para fortalecer a economia francesa.
D) fortalecer as economias Ibéricas tornando estes países aliados da França.
E) implantar o Liberalismo Econômico nos países aliados da França.

6- As pressões inglesas bem como seu apoio para a transferência da Corte portuguesa para o Brasil OBJETIVAVAM:
A) Saquear Portugal, aproveitando da ausência do governo e da insatisfação popular.
B) Apoderar-se das colônias portuguesas no além mar abandonadas à própria sorte.
C) Estabelecer relações comerciais com a colônia brasileira a partir do fim do exclusivo colonial.
D) Restabelecer o comércio das especiarias com as Índias a muito abandonado por Portugal.
E) Resgatar a economia açucareira brasileira e monopolizar seu rendoso comércio na Europa.

7- Observe a charge abaixo.
                   (Fonte: NOVAES, Carlos Eduardo & LOBO, César. História do Brasil para principiantes. São Paulo, Ática, 1998.) 

A charge SATIRIZA

A) o estabelecimento de casas comerciais inglesas no Brasil.
B) a procura de produtos ingleses pela população devido aos baixos preços.
C) o incremento do comércio de produtos brasileiros devido ao desenvolvimento industrial.
D) a entrada maciça de produtos ingleses no Brasil após a assinatura do Tratado de 1810.
E) a política protecionista adotada por D.João VI através da concessão de privilégios aos produtos portugueses.

8- Com a chegada da família real o país virou o centro do império português. Ele passou a não ser uma simples colônia. Os impostos ficavam no Brasil não eram enviados à Portugal.Do ponto de vista cultural, o Brasil também saiu ganhando com algumas medidas tomadas por D. João. O rei trouxe a Missão Francesa para o Brasil, estimulando o desenvolvimento das artes e das ciências em nosso país.
Assinale a alternativa que NÃO faz parte das medidas culturais adotadas por D. João VI.
A) Criação do Jardim botânico.
B) Fundação da Biblioteca Real.
C) Fundação da Academia de Belas Artes.
D) Criação do Museu Nacional
E) Fundação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

9- Em minha passagem de bonde por várias ruas da cidade, e de carro por outras, notei desde logo a profunda diferença que ela apresenta em relação ao tempo de minha residência aqui: o seu aspecto é sem dúvida bem outro.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                              O que, porém, mais atraiu minha atenção foi o movimento e a animação, a vida da cidade, fato inteiramente novo para mim; quando daqui retirei-me, as ruas eram pouco frequentadas, salvo nos dias de festas; as famílias só saíam a visitas, e com o chefe da casa ao lado; não havia em geral hábitos de passeios, nem por diversão ao espírito, nem por necessidade higiênica.

As Transformações urbanas ocorridas nas principais cidades brasileiras, sobretudo, no Rio de Janeiro nas primeiras décadas do século XIX, foram reflexos:

A) Da transferência da Corte para o Brasil em 1808.
B) Da vinda da missão cultural francesa ao Brasil no ano de 1816.
C) Da elevação do Brasil à categoria de Reino Unido de Portugal e Algarves.
D) Da transferência da Capital de Salvador para o Rio de Janeiro.
E) Da vinda dos imigrantes europeus para as grandes cidades brasileiras.

10- Leia o texto a seguir.
Concebida, desde o século XVII, como solução de emergência em situações de crise, a mudança da Corte para a América voltou a ser considerada pelo anglófilo Rodrigo de Souza Coutinho às vésperas de sua demissão da pasta de secretário da Marinha e Ultramar; em 1803, mas somente entrou na pauta governamental do dia quando sucessivas ameaças da França evidenciaram, a partir de 1807, a iminência da invasão de Portugal pelas tropas napoleônicas. Convencido de que a integridade da monarquia somente estaria assegurada por meio da preservação dos domínios americanos, cujos recursos naturais e humanos superavam os do reino, D. João e a Corte partiram de Lisboa em 29 de novembro de 1807, compondo uma comitiva de 15 mil pessoas, incluindo apenas uma pequena parte da alta nobreza lusitana.
VAINFAS, Ronaldo. (ORG) Transmigração da Corte. ln Dicionário do Brasil colonial.
Rio de Janeiro: Objetiva. 2000. p. 557.
Marque a alternativa que corresponde a um fator determinante para a transferência da Corte portuguesa para o Brasil e que tenha sido evidenciado pelo texto acima.

A) A necessidade de impedir a prática do contrabando e da corrupção, presentes no Brasil desde o início da colonização.
B) A necessidade de melhorar e modernizar as estruturas políticas e econômicas do Brasil para evitar o surgimento de movimentos emancipacionista.
C) A não-adesão de Portugal à política napoleônica que resultou na invasão do país por tropas francesas.
D) A aliança com a Inglaterra como forma de evitar o êxito dos planos de Napoleão Bonaparte na Europa e nas Américas.

11- “Os sentimentos antilusitanos presentes durante todo o período colonial baseavam-se, entre outros motivos, nos interesses conflitantes entre os proprietários de terras e os comerciantes portugueses. Se esses sentimentos não eram novos, a situação agravou-se a partir de 1815 com a crise econômica nordestina derivada da baixa do preço do açúcar e do algodão no mercado internacional a que se aliou uma intensa seca que prejudicou ainda mais os proprietários rurais nordestinos. Insatisfeitos os nordestinos rebelaram contra o governo português sediado no Rio de Janeiro”.
                                                   Fonte: ANASTASIA, Carla Maria Junho. História - Ensino Médio. 1ª Série.  Belo Horizonte. Ed. Educacional.
O texto faz REFERÊNCIA à

A) Revolta de Beckman
B) Guerra dos Mascates
C) Confederação do Equador
D) Guerra dos Emboaba
E) Revolução de 1817 

12- As constantes denúncias de que uma rebelião estava sendo tramada levaram o governador de Pernambuco a ordenar a prisão de alguns membros da Maçonaria. Esse fato precipitou a ação dos revoltosos. Em março de 1817, começou a revolta. Os líderes prenderam o governador e instalaram um governo provisório revolucionário.

A respeito da Revolução Pernambucana, considera-se como VERDADEIRA a seguinte afirmação:

A) O movimento foi motivado pela insatisfação dos pernambucanos devido à crise econômica e aos altos impostos instituídos por D. João VI.
D) O movimento foi apoiado pelas elites mineiras, insatisfeitas com a decadência da mineração e cobranças de abusivos impostos.
C) Os pernambucanos defendiam a adoção de uma monarquia centralizada como forma de moralizar a administração pública e contornar a crise econômica.
D) Os revolucionários exigiam o retorno imediato de D. João VI a Portugal e a anulação do Tratado de 1810 com a Inglaterra. 

13- Essa situação, estimulada pela Revolução Liberal na vizinha Espanha, levou à convocação das cortes em Lisboa, em 1820. Imediatamente, os líderes do movimento formaram um governo provisório que convocou uma Assembléia Constituinte (as Cortes Gerais) para a elaboração de uma constituição para o reino. Se a nova Constituição assumia uma atitude liberal em Portugal, o mesmo não acontecia em relação ao Brasil, pois as medidas das Cortes de Lisboa buscavam anular todas as medidas liberais adotadas pelo príncipe regente, a partir de 1808.  
                                                                                 ANASTASIA, Carla Maria Junho. Coleção Pitágoras , 1ª série , História Ensino Médio
Analisando o texto, podemos CONCLUIR que a Revolução do Porto objetivava:
A) O retorno da Corte e o restabelecimento do absolutismo português.
B) A recolonização do Brasil e o restabelecimento do Pacto Colonial.                                                                          
C) O rompimento das relações diplomáticas e comerciais com a Inglaterra.
D) O restabelecimento das relações diplomáticas e comerciais com a Espanha.
E) O fim do colonialismo português na América e a defesa do liberalismo político.

14- (PASES 2008-2010 UFV) Sobre as “revoltas coloniais”, é INCORRETO afirmar que:

A) os membros da Conjuração Baiana foram artesãos, soldados e profissionais liberais (como o médico Cipriano Barata) que desejaram uma república justa, sem o excesso de impostos cobrados pelo rei.
B) um dos fatores que explicam a Revolução Pernambucana de 1817 foi o descontentamento com uma carga de impostos cobrados pelo governo central, sediado no Rio de Janeiro, sobretudo após a transferência da Corte portuguesa para o Brasil.
C) os participantes da Conjuração Baiana foram acusados de conspirar contra a coroa portuguesa, sendo que dois soldados e dois artesãos foram enforcados e tiveram as partes de seus corpos espalhadas pela cidade de Salvador.
D) a Inconfidência Mineira (1789), a Conjuração Baiana (1798) e a Insurreição Pernambucana (1817) defenderam a efetiva independência política do Brasil e o fim da escravidão.

15- Leia a afirmação:
“No século XVIII, a área mineradora foi, sem dúvida, palco privilegiado de manifestações contrárias à política da Coroa Portuguesa e de seus agentes.”
Todas as alternativas apresentam explicações coerentes com a afirmação, EXCETO:
A) “Um aspecto que marcou a região ao longo dos Setecentos foi a violência. Ali agiam bandos armados e malfeitores, nas estradas e vilas, tornando imprevisível a ordem social nas Minas.”
B) “A cobrança excessiva de impostos pela Coroa Portuguesa gerou a desobediência, o contrabando e, muitas vezes, as revoltas pautadas na noção do direito de conquista, algumas de cunho fiscal e outras de enfrentamento explícito às autoridades.”
C) “O fato de que, com a descoberta do ouro e dos diamantes, vieram para Minas pessoas desclassificadas, por princípio interessadas numa atitude marginal, o que fez com que a região não apresentasse moradores bem estabelecidos ou cumpridores da lei.”
D) “A vida na região era precária devido ao seu generalizado desabastecimento. E, com isso, os ânimos pessoais se exaltavam, canalizando para as autoridades os descontentamentos sob a forma de sedições, motins ou, simplesmente, protestos mais violentos.”
E) “A incerteza característica da atividade mineradora fazia com que, por diversas vezes, os moradores da região vivenciassem períodos de desabastecimento e carestia, o que estimulava uma reação quase imediata contra a carga tributária imposta pela Coroa lusa.”

16- Leia os trechos:
I – “Clero, nobreza e povo: eu, Príncipe Regente, vos envio muito saudar. (...) Os princípios de um sistema grande e liberal do comércio ficam corroborados com o meu antigo, fiel e grande aliado sua majestade britânica, com quem acabo de ajustar, as vantagens concedidas às duas nações e promover seu recíproco comércio de que tanto bem deve resultar. (...)
II – “Eu, o Príncipe Regente, (...) sou servido ordenar, interina e provisoriamente o seguinte. Primo: Que sejam admissíveis nas Alfândegas do Brasil todos e quaisquer gêneros, fazendas e mercadorias transportados ou em navios estrangeiras das potências que se conservam em paz e harmonia com a minha Real Coroa (...)”
III – “(...) Qualquer comércio e qualquer correspondência com as Ilhas Britânicas são proibidos; (...) O comércio de mercadorias inglesas está proibido, e qualquer mercadoria pertencente à Inglaterra ou proveniente de suas fábricas e de suas colônias é declarada presa de guerra. (...)”

Os trechos apresentados correspondem, RESPECTIVAMENTE,

A) ao Alvará de D. Maria I, ao Tratado de Methuen e à Inconfidência Mineira.
B) à assinatura dos tratados comerciais com a Inglaterra, em 1810, à abertura dos portos brasileiros e ao Bloqueio Continental.
C) à decretação da abertura dos portos brasileiros, à Elevação do Brasil a Reino Unido e à Confederação do Equador.
D) ao Tratado de Methuen, à Abertura dos Portos e ao Alvará de 1785.
E) ao Bloqueio Continental, ao Tratado de Methuen e à Constituição de 1824.

17- Leia o poema, recitado de cor pelos participantes das reuniões que acabaram por levar à chamada Conjuração Baiana:

Igualdade e liberdade
No sacrário da razão
Ao lado da sã Justiça
Preenchem o meu coração.

Se a causa motriz dos entes
Tem as mesmas sensações
Mesmos órgãos e precisões
Dados a todos os viventes
Se a qualquer suficientes
Meios da necessidade
Remir deu com equidade
Logo são imprescritíveis
E de Deus Leis infalíveis

Igualdade e liberdade.
Se este dogma for seguido,
E de todos respeitado,
Fará bem aventurado
 Ao povo rude e polido.


E assim que florescido
Tem da América a Nação!
Assim flutue o Pendão
Dos franceses, que a imitaram
Depois que afoitos entraram
No Sacrário da razão.

Quando os olhos dos Baianos
Estes quadros divisarem,
E longe de si lançarem
Mil despóticos tiranos
Quão felizes e soberanos,
Nas suas Terras serão!
Oh, doce comoção
Experimentam estas venturas
Se elas me que futuras
Preenchem o meu coração.

Francisco Muniz Barreto, Salvador

Todas as alternativas relacionam-se corretamente ao trecho e à sua conjuntura, EXCETO:
A) Atrela-se às Luzes, à Independência das 13 colônias e à Revolução Francesa, demonstrando as influências destes movimentos àquele intentado pelos baianos.
B) Expressa uma severa crítica à tirania e, ao associar liberdade e igualdade, os conjurados aproximavam-se das ideias defendidas pelos “inconfidentes cariocas”.
C) Defende a retirada dos tiranos do poder, ensaiando um projeto revolucionário, ao contrário dos conjurados mineiros.
D) Deixa de lado a questão escravista, não podendo ser considerado abolicionista, contrariando a visão apresentada pela historiografia tradicional.
E) Enfatiza a necessidade de uma real cidadania entre os brasileiros, baseada nas ideias de igualdade civil e religiosa.

18- Leia o trecho:
"A propagação das ideias republicanas, antiportuguesas e federativas (...) ganhou ímpeto com a presença no Recife de Cipriano Barata, vindo da Europa, onde representava a Bahia nas Cortes. É importante ressaltar (...) o papel da imprensa na veiculação de críticas e propostas políticas (...). Os Andradas, que tinham passado para a oposição depois das medidas autoritárias de D. Pedro, lançaram seus ataques através de 'O Tamoio'; Cipriano Barata e Frei Caneca combateram a monarquia centralizada, respectivamente na 'Sentinela da Liberdade' e no 'Íbis Pernambucano'."
                                                                                 FAUSTO, Boris. História do Brasil
A conjuntura exposta no texto anterior REFERE-SE à emergência da
A) Rebelião Praieira;
B) Cabanagem;
C) Balaiada;
D) Confederação do Equador.
E) Guerra da Cisplatina

19- Podemos afirmar que tanto na Revolução Pernambucana de 1817, quanto na Confederação do Equador de 1824,
A) a proposta de uma república era acompanhada de um forte sentimento antilusitano.
B) a abolição imediata da escravidão constituía-se numa de suas principais bandeiras.
C) a participação de elementos marginalizados na sociedade foi decisiva no rumo dos movimentos
D) o descontentamento com as barreiras econômicas vigentes foi decisivo para a eclosão dos movimentos.
E) os proprietários rurais e os comerciantes lusos estavam entre as principais lideranças dos movimentos.

20- Analise os trechos:
Chegou-se ao fim do período colonial com a grande maioria da população excluída dos direitos civis e políticos e sem a existência de um sentido de nacionalidade. No máximo, havia alguns centros urbanos dotados de uma população politicamente mais aguerrida e algum sentimento de identidade nacional. A independência não introduziu mudança radical no país.
(CARVALHO, José Murilo. Cidadania no Brasil – o longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001. Adaptado)

Para que, após a Independência, o Império se tornasse possível, houve uma revolução, isto é, uma transformação profunda na ordem social, que representou a ruptura com o passado, com as tradições do Antigo Regime, e a organização de uma nova situação política. A revolução processou-se no interior da sociedade brasileira e se manifestou tanto por meio de lutas armadas entre grupos políticos divergentes quanto por leis e decisões que alteraram a vida dos homens livres.
(OLIVEIRA, Cecília Helena de Salles. A Independência e a construção do Império. São Paulo: Atual, 1995. Adaptado)
Os dois trechos
A) atribuem à Independência brasileira um caráter revolucionário, marcado por uma nova ordem política de caráter democrático, expressa pela abolição da escravidão e com o afastamento em relação às tradições europeias.
B) concordam com a ideia de que o 7 de setembro não representou qualquer ruptura em relação à situação colonial brasileira, já que a maioria da população continuou excluída da vida política.
C) discordam em relação ao sentido da Independência, sendo que o primeiro atribui-lhe um caráter de permanência em relação ao passado colonial e o segundo, ao contrário, confere-lhe um caráter de mudança revolucionária.
D) rejeitam a ideia de que o 7 de setembro deva ser considerado como um marco em nossa história, pois significou apenas o rompimento com a metrópole portuguesa e sua intensa carga tributária
E) avaliam que as mudanças introduzidas pelo 7 de setembro constituíram-se em expressões ligadas ao liberalismo europeu, colocando por terra situações ou decisões ainda ligadas ao “Antigo Regime”.

21- Analise o trecho do Hino da Independência do Brasil, criado logo após o 7 de setembro, com letra de Evaristo da Veiga e música de D. Pedro I:

HINO DA INDEPENDÊNCIA
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Já podeis, da Pátria filhos,
Ver contente a mãe gentil;
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.

Os grilhões que nos forjava
Da perfídia astuto ardil...
Houve mão mais poderosa:
Zombou deles o Brasil. (...)

O trecho em negrito é uma referência
A) aos objetivos recolonizadores das Cortes portuguesas, expressos ao longo da Revolução do Porto.
B) às propostas napoleônicas de invasão do Brasil frente à rejeição do mesmo por D. Pedro I.
C)  aos movimentos coloniais de contestação ao monopólio e à intensa tributação metropolitana.
D) aos ideais do “Partido Brasileiro”, vinculados à proclamação de uma república popular.
E) à postura britânica de dominar as transações comerciais brasileiras nas primeiras décadas do século XIX.

Gabarito:

1- D / 2- B / 3- E / 4- D / 5- A / 6- C / 7-D / 8-E / 9-A /10- C / 11-E / 12- A / 13- B / 14- D / 15-C / 16-B / 17- D / 18- D / 19- A / 20- C / 21- A

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